Médico indica cuidados para que o ar condicionado não prejudique a saúde
Estamos no verão e o clima fica cada vez mais quente. Para garantir conforto e bem-estar, muitas pessoas acabam passando a maior parte do tempo em ambientes com ar condicionado, seja em casa, no trabalho ou no automóvel. Mas o que a maioria das pessoas desconsidera é que essa sensação de alívio pode ser acompanhada de consequências perigosas.
De acordo com o otorrinolaringologista Dr. Marco Antônio Ferraz de Barros Baptista, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o ideal é que, para evitar choque térmico, seja mantida uma diferença de até 8°C entre a temperatura do ambiente externo e do local onde o ar condicionado está ligado. “Porém, sabemos que em muitas regiões do país a temperatura ultrapassa os 35°C, dessa forma, é pouco provável que as pessoas aceitem manter o equipamento funcionando em 27°C. Assim, uma alternativa é nunca ficar em frente à saída de ar do aparelho, pois o ar frio paralisa os mecanismos de defesa do nariz, pode gerar dilatação e congestão nasal, resultando em predisposição a inflamações, infecções e crises de rinite e rinossinusite”, alerta o otorrinolaringologista.
Manutenção
Segundo Dr. Baptista, o ar condicionado deve passar por uma manutenção regular, efetuada por profissional especializado, seguindo o manual do fabricante. “Quando isso não ocorre, os micro-organismos e poluentes ficam circulando no ar, aumentando a ocorrência de doenças respiratórias. A exposição prolongada das pessoas a esses ambientes pode desencadear ou agravar alergias respiratórias, como rinite e asma, além de infecções, como pneumonia e pneumonite por hipersensibilidade”, destaca o médico.
Ar condicionado no carro
Os veículos também requerem cuidados especiais, principalmente nas grandes cidades, já que, devido ao volume intenso de trânsito, a maioria das pessoas fica muitas horas dentro dos carros, ou seja, mais expostas aos riscos. “O filtro do ar condicionado do automóvel também precisa ser limpo regularmente, pois, com o uso, as impurezas captadas no ambiente externo saturam o filtro e contaminam o ambiente”, explica, ressaltando mais um detalhe que aumenta a necessidade de precaução em relação ao ar em veículos. “O gás expelido pelo motor pode contaminar o ambiente interno do automóvel – fora isso, quanto maior for o número de pessoas dentro do carro, maior será a saturação da qualidade do ar. É recomendado, além da manutenção e regulagem adequada do sistema, abrir as janelas por alguns momentos, alternando o modo de ventilação periodicamente.”
Baixa umidade do ar
O uso constante do ar condicionado causa ressecamento do ar no ambiente. Uma maneira de minimizar esse problema é utilizar recursos que ajudem a umidificar as vias respiratórias. “Aplique soro fisiológico isotônico a 0,9% ou gel nasal (soro fisiológico em gel) sempre que sentir necessidade, beba água de forma regular – um copo de hora em hora, no mínimo dois litros por dia -, e para aqueles que trabalham em locais onde há ar condicionado central e não é possível controlar a temperatura do ambiente, vale a pena ter um agasalho à mão para se proteger do frio e manter o corpo aquecido”, finaliza Baptista.
Fonte: Revista CIPA