Dia mundial sem tabaco - 31 de maio
Considerado a principal causa de morte evitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é responsável pelo desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, incluindo o câncer. A OMS estima que 4,9 milhões pessoas (mais de 10 mil por dia) morrem todos os anos em decorrência do cigarro, que contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, das quais pelo menos 70 são cancerígenas.
A última estimativa mundial apontou uma incidência de 1,82 milhão de novos casos para o ano de 2012. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 80% deles estão relacionados ao uso do tabaco.
A forma mais comum de usar o tabaco é através do cigarro, que mata metade dos seus usuários. Existem também charuto, cachimbo, rapé, narguilé e, mais recentemente, o cigarro eletrônico. Os dois primeiros aumentam o risco de desenvolver câncer na boca, faringe, laringe e esôfago.
Fumar não faz mal à saúde somente daqueles que fumam. A fumaça produzida pelo cigarro prejudica até mesmo quem não fuma e os coloca na condição de tabagismo passivo, que também aumenta o risco de câncer de pulmão, infarto e doenças respiratórias. As crianças estão expostas no ambiente doméstico quando têm pais ou responsáveis que fumam dentro de casa. Elas adoecem mais de infecções respiratórias e alergias, correm risco de morte súbita da infância e aumentam as chances de se tornarem fumantes na idade adulta. A gestante, mesmo que não fume, mas esteja exposta à fumaça, coloca em risco a gestação e a saúde do bebê.
No Brasil, o ato de fumar é responsável por:
200 mil mortes por ano (23 pessoas por hora).
25% das mortes causadas por doença coronariana – angina e infarto do miocárdio.
45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos.
85% das mortes causadas por bronquite crônica e enfisema pulmonar (doença pulmonar obstrutiva crônica).
90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos).
25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral).
30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia).
Não fume e proteja-se da fumaça do cigarro
Deixar de fumar é uma das decisões mais importantes na vida de um fumante e para quem convive com quem fuma. Sempre vale a pena!
Estudos indicam que ex-fumantes precisaram tentar de 3 a 4 vezes até conseguirem parar definitivamente. Isso acontece porque o tabagismo é uma dependência. Um dos componentes do tabaco, presente no cigarro, cachimbo, charuto e outros, é a nicotina, responsável por essa dependência.
Parar de fumar requer planejamento e disciplina e os benefícios à saúde e bem-estar são sentidos logo nos primeiros momentos sem cigarros. Alguns deles são:
Em 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.
Em 2 horas, não há mais nicotina no sangue.
Em 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
Em 2 dias, os aromas e sabores dos alimentos são mais percebidos.
Outro fator positivo na cessação de fumar é a economia de dinheiro. Um ex-fumante que deixar de fumar 20 cigarros ao dia pode economizar cerca de R$150 por mês e, ao final de um ano, R$ 1.650,00.
Dicas para deixar de fumar
O primeiro e fundamental passo para deixar de fumar é realmente querer. Apesar de todas as campanhas e informações disponíveis, a decisão é individual e tem que partir do próprio fumante.
É importante saber que o momento de parar de fumar deve ser bem planejado. O fumante deve marcar uma data dentro dos próximos 15 dias e optar entre deixar de forma abrupta (a pessoa fuma normalmente e, no dia escolhido, ela não fumará mais nenhum) ou gradualmente. Caso seja de forma gradual, é importante estabelecer o número de cigarros a cada dia anterior à parada e seguir esta regra. Caso contrário, o método pode não funcionar.
Nos primeiros dias sem fumar, o corpo começa a se adaptar ao funcionamento normal na ausência da nicotina. Talvez seja necessário um tempo para que o organismo se acostume ao novo estilo de vida. Por isso, ele pode apresentar alguns sintomas causados por essa mudança, conhecidos como “síndrome da abstinência”, podendo ser dores de cabeça, formigamento das mãos e dos pés, tosse, ansiedade e, principalmente, uma vontade intensa de fumar ou “fissura”. Neste momento, é importante lembrar que:
Nem todo mundo apresenta essas reações. Cada organismo reage à sua maneira diante de uma situação;
Todos esses sintomas desconfortáveis desaparecem após uma ou duas semanas sem fumar;
Essa é uma reação natural do corpo, que está voltando a funcionar sem os malefícios do cigarro e essa vitória valerá muito a pena.
Para driblar a “fissura” algumas dicas podem ajudar: beber água gelada, mastigar canela em pau, cravo, cristais de gengibre, barra de cereais ou chiclete sem açúcar. Estes itens devem estar sempre à mão de quem está deixando de fumar. Praticar atividade física e receber apoio de familiares e amigos são grandes aliados e podem garantir o sucesso.
Profissionais de saúde sempre podem ajudar um fumante a deixar de fumar.
Mesmo sendo proibido fumar em ambientes fechados no Brasil, algumas pessoas ainda são fumantes passivas em casa ou no trabalho. Uma conversa com o fumante sobre os prejuízos à saúde de quem não fuma, causados pela fumaça do tabaco, é um bom começo na negociação para que ele fume somente em locais abertos. O mais importante é saber que o fumante tem uma dependência e deixar de fumar para ele pode ser difícil.
Fontes: consultores da Fundação do Câncer, Instituto Nacional de Câncer (Inca) e Organização Mundial da Saúde (OMS).